Autoconhecimento e o Sistema Reticular Ativador Ascendente – Parte 2
- 05/11/2025
Atenção e as Sombras da Alma
O autoconhecimento não acontece apenas pelo despertar da consciência, mas pela capacidade de manter a atenção e lidar com aquilo que encontramos dentro de nós. O RAAS, estudado pela neurociência, tem papel fundamental nesse processo. Assim como ele regula o foco e filtra estímulos importantes no cérebro, nós também precisamos aprender a filtrar e integrar os conteúdos da nossa psique.
1. O RAAS e a atenção
O RAAS mantém o cérebro desperto, modulando a atividade do córtex para selecionar o que merece nossa atenção. Sem esse filtro, viveríamos em constante sobrecarga de informações. De forma análoga, no campo psíquico, sem um processo de autoconhecimento acabamos presos em padrões inconscientes, sem distinguir o que realmente é essencial daquilo que é ruído emocional.
2. Jung e as sombras
Carl Gustav Jung introduziu o conceito de sombra: os aspectos reprimidos, negados ou não reconhecidos da personalidade. A sombra contém tanto fragilidades quanto potenciais não vividos. Assim como o RAAS seleciona estímulos relevantes, o processo terapêutico ajuda a trazer à consciência o que estava escondido. No entanto, olhar para a sombra exige coragem, pois ela confronta nossa autoimagem idealizada. Jung afirmava: “Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão.”
3. Teopsicoterapia: luz sobre as sombras
Na Teopsicoterapia, o encontro com a sombra não é vivido como condenação, mas como possibilidade de redenção. A fé ilumina os espaços sombrios da alma e oferece sentido ao que parecia caótico. Jesus disse:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12).
Assim, o processo de autoconhecimento se torna também um processo espiritual de libertação, onde a sombra é reconhecida, integrada e ressignificada em Cristo.
4. A importância de buscar ajuda nesse processo
O RAAS, por mais essencial que seja, não atua sozinho — ele depende da rede neural. Do mesmo modo, a jornada do autoconhecimento não é feita de forma isolada. Muitas vezes, olhar para a sombra sozinho pode gerar medo, confusão ou paralisia. É aqui que entra a necessidade de buscar ajuda terapêutica. Um terapeuta pode ser o espelho seguro que auxilia a organizar os conteúdos da sombra. A Teopsicoterapia vai além, pois une escuta clínica e direção espiritual, oferecendo ferramentas para lidar com feridas emocionais e abrir espaço para a cura interior.
Conclusão
O RAAS nos ensina que a atenção é seletiva: precisamos aprender a escolher onde colocar nosso foco. Jung nos lembra que a sombra precisa ser reconhecida para que haja integração. E a Teopsicoterapia nos mostra que em Cristo as sombras podem ser iluminadas e transformadas.
O autoconhecimento exige atenção, coragem e, sobretudo, ajuda. Buscar acompanhamento não é sinal de fraqueza, mas de maturidade. Afinal, é no encontro com nossas sombras que a verdadeira luz se revela.
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Valcelí Leite (@ValceliLeite) é Psicanalista, Teoterapeuta (Terapia Cristã), Pastor, presidente da ABRATHEO, Pós-graduado: Terapia Familiar Sistêmica, T.C.C. e com MBA em Teoterapia. Teopsicoterapeuta com orientação a indivíduos, casais e famílias. Atendimento presencial e On-Line. Palestrante sobre temas de Autoconhecimento.
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
Leia o artigo anterior: Autoconhecimento e o Sistema Reticular Ativador Ascendente – Parte 1
